A. Uprofeta - Uvéi DO PODCAST | Crônicas VLT DO SUBÚRBIO E A TERRA DO NUNCA! Na década passada em 2015, o governo da Bahia e seu governador Rui Costa resolveram tirar do papel uma ideia brilhante: trocar o trenzinho capenga do subúrbio de Salvador, que levava o povo de Calçada a Paripe, por um tal de VLT, um trem modernoso que ia fazer inveja até ao metrô. Era pra ser uma revolução, com direito a ar-condicionado e tudo mais, levando 999 mil suburbanos com um mínimo de dignidade. Só que, como toda promessa de campanha do governador, o dinheiro sumiu mais rápido que sombra em dia de chuva. Tentaram uma tal de PPP, uma parceria com a iniciativa privada, mas ninguém quis colocar a mão no dólar. Resultado? O projeto foi parar na gaveta, virou xerox, juntando poeira enquanto o povo seguia se virando nos trens velhos. Aí, em 2019, alguém teve a ideia genial, um João Leão vice-governador do Estado da Bahia de ressuscitar o bicho, mas com um toque de ficção científica: um monotrilho! Isso mesmo, um trem flutuando nas nuvens do Subúrbio Ferroviário, sonho prometido por uma empresa chinesa chamada BYD que jurava de pés juntos que ia transformar Salvador numa Dubai dos trópicos. Assinaram o contrato, jogaram R$ 1,5 bilhão na mesa, prometeram Wi-Fi, biometria facial e até cafezinho com biscoitos recheados TRAKINAS fabricados pela Mondelez International. As obras começaram em 2021, mas, como era de se esperar, a viagem de Leão virou novela do SBT: atrasos, licenças ambientais que não rolavam, custos que explodiram e, pra fechar com chave de ouro, o contrato foi “lascado” em 2023 por causa de irregularidades. O monotrilho virou uma lenda suburbana, e o povo? Bom, o povo continuou NA TERRA DO NUCA. Agora, em 2025, o VLT voltou à cena, mas sem a viagem de Leão, o monotrilho. É o bom e velho trem no chão mesmo, com uma licitação nova que custa todas as sardinhas pescadas em Plataforma nos próximos 500 anos, ou seja, R$ 4 bilhões. O novo governador Jeronimo Rodrigues promete que até 2027 o trem vai rodar, ligando o Comércio até Piatã, com direito a integração com o metrô e umas estações com sanitários com ar geladinho e espelho no teto. Eles, (o povo do Governo Jeronimo), compraram até uns trens usados do Mato Grosso, pra economizar uma ponta, mas que vão precisar de um “carinho” em São Paulo antes de aparecer no Subúrbio Ferroviário. E o povo do subúrbio? Continua sonhando em sair da TERRA DO NUNCA! No fim das contas, o orçamento, que era de R$ 1 bilhão, quadruplicou, e as obras, que já começaram e pararam mais vezes que Chaves do SBT, seguem num ritmo da maresia. Quanto a gerar empregos pra o pessoal da região, ninguém fala muito disso, mas as rezas e orações é que pelo menos algumas vagas apareçam pra quem mora por ali de lobato até Paripe e Fazenda Coutos. Finalizando, o povo do subúrbio segue esperando, quem sabe um dia, vai chegar ou não NA TERRA DO NUNCA